Você é um arquiteto ou engenheiro com boa fama no mercado. É indicado para muitos trabalhos e possui a confiança de vários clientes. Já realizou alguns projetos reconhecidos e está sempre se atualizando. Um bom currículo, não é mesmo? De fato é, mas falta somente um detalhe: todos os trabalhos ainda são feitos de forma autônoma. Talvez esse seja o momento de pensar em outras alternativas, como abrir uma pequena construtora e ter o próprio negócio, agregando outros serviços.

Algumas pessoas podem ficar um pouco receosas em encarar todo o processo. Existe, claro, a parte burocrática, mas há uma grande vantagem: o acesso a um mercado que alcança cifras bilionárias. No primeiro semestre de 2016, de acordo com levantamento da Inteligência Empresarial da Construção, foram realizadas 7.976 obras no Brasil, sendo 4.586 residenciais, 2.622 comerciais e 768 industriais. O valor movimentado chegou a R$ 564,58 bilhões, com destaque para o segmento comercial, com R$ 351,33 bilhões, seguido do industrial (R$ 181,22 bilhões) e residencial (R$ 32,03 bilhões).

Além de conseguir entrar em um mercado grande, a formalização também ajuda o profissional a buscar contratos para obras de alto padrão e de empresas. Isso porque o mercado está cada vez mais exigente e as pessoas começam a procurar projetos mais sofisticados. Para isso, a especialização e a organização proporcionada pela constituição de uma empresa são grandes diferenciais.

Como montar uma pequena construtora?

Um dos primeiros passos a serem dados na hora de montar uma construtora é olhar atentamente o mercado e se adaptar a ele. Diversas cidades do Brasil, por exemplo, estão vivendo um momento de verticalização, com a construção de muitos prédios residenciais, tanto de luxo quanto populares.

Diante de um realidade como essa, o profissional tem uma opção bem clara: especializar-se em projetos e obras para apartamentos. Primeiro porque muitas pessoas compram o imóvel e em seguida querem personalizá-lo, adaptando-o às próprias necessidades e aos gostos pessoais. Depois, a demanda por reparos e obras pontuais também aumenta significativamente.

Por outro lado, se o empreendedor acha que está preparado para abraçar tudo o que vier, ótimo. Mas é importante ter em mente a responsabilidade que essa escolha acarreta. Ao colocar-se como especialista em mais de um segmento, é fundamental ter habilidade suficiente para atender aos diferentes tipos de clientes, juntamente com suas particularidades.

Definido o mercado-alvo, o empreendedor pode partir para a escolha do local. Para um negócio de construção, não é necessário ter grande passagem de público ou muita visibilidade. Um ponto essencial é estar perto de onde estão as principais demandas, pois, dessa forma, os custos de deslocamento e logística são reduzidos. Se o foco forem os apartamentos, a sede pode estar próxima ou em uma região com grande concentração de condomínios.

Esse local precisa ter condições para abrigar um escritório, espaço para garagem para deixar os carros da empresa em segurança e espaço para guardar ferramentas e outros utensílios. Além disso, é importante oferecer comodidade para o cliente, como fácil acesso e estacionamento. Se ficar muito caro, ainda há a alternativa de alugar uma sala menor para a parte administrativa e um galpão em um bairro mais afastado, onde o aluguel é mais barato, para o restante do aparatos.

Contratação de funcionários

Outro importante passo na abertura de uma pequena construtora é a montagem de uma equipe. Isso vai depender das pretensões do empreendedor, do mercado que ele pretende atender e dos serviços que vai oferecer. A partir dessas definições é possível identificar os profissionais que serão necessários.

Se o desejo é realmente montar uma pequena empresa de prestação de serviços de construção que inclui, além do projeto, também a parte elétrica, hidráulica e de pintura, é essencial considerar a contratação de, pelo menos, um profissional especializado para cada uma dessas áreas. Serão necessários ainda auxiliares de serviços gerais. Conforme o volume de serviços for aumentando, a equipe também pode crescer ou, se forem trabalhos pontuais, há a alternativa de contratar terceiros.

Para abrir uma construtora, é necessário ainda alguém que responda pela ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), que deve ter registro no CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Portanto, se o empreendedor não for engenheiro ou arquiteto ou não tiver este registro ainda, precisará contratar os serviços de um profissional de alguma dessas duas áreas ou correr atrás da documentação.

Aqui, há um importante ponto de atenção: na hora de contratar profissionais terceirizados, a seleção precisa ser criteriosa e as pessoas devem ter um perfil parecido com o da empresa, com os mesmos valores e comprometimento. Quando o serviço estiver sendo executado e algo de errado acontecer, o cliente não levará em consideração se é funcionário ou não, colocando em jogo a imagem do seu negócio.

Como chegar no cliente

Quando estiver montando a empresa, é indispensável pensar nos canais de venda, ou seja, na forma pela qual você alcançará os clientes. Para isso, desenvolver um site e páginas nas redes sociais é uma ótima iniciativa. Por esses meios poderão ser solicitadas visitas técnicas e toda a parte de relacionamento será facilitada. Eles podem conter, além dos contatos, um portfólio de projetos e obras realizadas (sempre com autorização, é claro), depoimentos, materiais utilizados, método de trabalho, enfim, uma descrição completa. Como apoio, o bom e velho cartão de visitas não pode ficar de fora.

Na visita ao cliente, o profissional deve sempre apresentar o seu arquivo de trabalho. O ideal é que este documento esteja em formato digital, pois exige apenas um smartphone, um tablet ou um notebook para visualização, agilizando o processo. Mas também pode ser um material impresso, não há problema nenhum.

Criando a empresa

Uma pequena construtora é uma prestadora de serviços. Então, é nesse ramo de atividade que ela deve ser enquadrada na CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Esse é o primeiro passo. O segundo é decidir o porte da empresa, se será pequena ou média. Nesse momento, verifique a viabilidade de cada modalidade, analisando as formas de tributação (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real) e outros detalhes que fazem a diferença no resultado.

A partir daí o empreendedor parte para o registro do empreendimento. Aqui entra o contrato social, a obtenção do CNPJ, as inscrições estadual e municipal, o alvará de funcionamento, o cadastro na Previdência Social e todo o aparato fiscal. Todo esse processo está mais detalhado no guia “Como abrir uma empresa?”, que pode ser baixado gratuitamente logo abaixo.

Um negócio de construção precisa ainda ser registrado no CREA. Basta procurar a entidade responsável na sua região e fazer o levantamento de toda a documentação necessária e as taxas que devem ser pagas.

Depois que a empresa estiver devidamente registrada e em funcionamento, o empreendedor precisa ficar atento também à parte financeira e cotabilidade do negócio, fazendo um planejamento e um controle rigoroso. Para isso, a Contab está aqui para ajudar você. Conte conosco!

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